A terceirização e a competitividade
O prefeito de São Paulo João Doria participará da 43ª edição do CONARH – Congresso Nacional sobre Gestão de Pessoas. Promovido pela ABRH-Brasil com a copromoção institucional da ABRH-SP, o evento está programado para o período de 15 a 17 de agosto, no São Paulo Expo, na capital paulista.
Às 12 horas do dia 15, João Doria estará no palco do evento para falar do Programa Trabalho Novo, iniciativa da prefeitura de São Paulo que promove a reinserção da população em situação de rua no mercado de trabalho. Apoiadora do programa, a ABRH-SP tem feito a intermediação com os RHs de empresas empregadoras para facilitar a contratação dessa população. McDonald´s, Fran´s Café e Vivenda do Camarão já atenderam ao chamado da Associação.
Além da participação do prefeito, o CONARH deste ano terá uma programação intensa com 47 atividades no congresso, entre palestras, painéis e talk shows. Serão três dias de imersão na vanguarda da gestão de pessoas para discutir temas como: carreira na Era da Transformação Digital, os líderes do século 21, mentoria e coaching e outros relacionados ao dia a dia das empresas e à atual conjuntura econômico-política do Brasil.
“Outro assunto que estará presente é o crescimento significativo de startups. Acreditamos que a combinação deste modelo de organização, que está revolucionando o mercado de trabalho, com as empresas tradicionais vai enriquecer o evento com conteúdo e inovação”, afirma Sandra Gioffi, diretora do CONARH.
EXPO ABRH
O CONARH abrange o congresso e a principal feira de negócios para os gestores de pessoas, a EXPO ABRH. A entrada para a feira custa R$ 30 e é necessário se inscrever pelo site do CONARH. Neste ano, os visitantes poderão conhecer as novidades em produtos e serviços de mais de 100 expositores. Cerca de 15 mil visitantes devem passar pela EXPO ABRH durante os três dias de evento.
Mais informações: www.conarh.com.br
Fonte: O Estado de São Paulo, 06 de Agosto de 201
DE 15 A 17 DE AGOSTO, EM NOVO LOCAL: SÃO PAULO EXPO | SP
Originária do mercado de seguros, Rosana Lima passou por empresas como Icatu, MetLife, Unibanco AIG e Notredame Intermédica até chegar a Admix, onde foi contratada para promover a área de Canais. Foram dez anos na empresa, passando por diversas áreas até se tornar CEO da companhia. Com a aquisição da Admix pela Aon, oficializada em janeiro de 2017, Rosana, agora Vice-Presidente Executiva de Saúde e Benefícios da Aon Brasil, tem novos desafios. Na entrevista a seguir, ela fala mais sobre sua carreira e as questões relacionadas à liderança feminina.
GP – Quais dificuldades você enfrentou para chegar à sua posição?
RL – A primeira dificuldade foi saber o que escolher. Quando você é mãe, dona de casa e executiva, tem que fazer escolhas. A maior delas foi sobre como lidar com isso tudo. Tenho uma premissa de que a qualidade é mais importante do que a quantidade de tempo com os filhos. Foi difícil fazer essas escolhas, já que eu tenho três filhos e duas enteadas, mas procuro ter qualidade, o tempo que eu tenho com eles é deles.
É uma característica feminina na carreira ser movida por desafios, muito mais do que pelo cargo. E, para me encaixar no universo corporativo, ainda muito masculino, tive que me adequar para continuar a fazer os olhos brilharem pelos desafios. Esses foram os grandes pontos que tive de trabalhar e desenvolver ao longo da minha carreira.
GP – Você teve a experiência tanto em empresas nacionais quanto estrangeiras. Você sentiu alguma diferença por ser mulher?
RL – A diferença está muito mais nos processos. Honestamente, nunca fui uma pessoa de me rotular pelo gênero, ou rotular meus superiores, pares ou subordinados pelo gênero. Nunca me senti nem menos nem mais por ser mulher. Em vez disso, sempre procurei entender as diferenças e saber como me encaixava nesse universo corporativo. Todas as escolhas que eu fiz ao longo da minha carreira foram muito mais pensando no que aquilo acrescentaria no meu mapa pessoal e profissional, em termos de experiência, exposição e do que eu poderia desenvolver dali pra frente.
GP – Como vê as questões de gênero dentro da Aon?
RL – Eu vejo as oportunidades abertas na Aon, independentemente do gênero. O profissional tem que ser bom e ter entregas, desde que isso aconteça, o gênero não importa. Assim como a empresa me acolheu como mulher e me nomeou Vice-Presidente para assumir os desafios das áreas de Saúde e Benefícios, acredito e vejo a Aon como uma grande geradora de oportunidades. Por exemplo, dos oito integrantes do nosso Comitê Executivo, três são mulheres. Já em cargos de liderança, entre gerentes e diretores, elas representam entre 20% e 25% do total. E estamos buscando ativamente melhorar esse número.
GP – Como vê o avanço do mundo corporativo na questão de igualdade de gêneros?
RL – Acredito que o mercado de trabalho está avançando para acolher melhor as mulheres. E o próprio avanço do mundo coloca uma pressão natural para que essas mudanças aconteçam. O ambiente corporativo precisa de diversidade e isso tem de estar na cultura da empresa, que é pautada pela liderança.
O homem tem uma tendência a tomar decisões mais pontuais, focadas, objetivas. A mulher procura ter uma amplitude maior, mais diversidade e subjetividade. A mulher é mais detalhista. E não entenda como defeito ou qualidade, são características diferentes, mas ela consegue olhar diferentes processos ao mesmo tempo fazendo uma análise mais sistêmica, se comparado ao olhar masculino, que é mais pragmático, mais objetivo e direto na tomada de decisão. Por isso, eu gosto de balancear as equipes, porque existe uma complementariedade que, sabendo gerenciar, é riquíssima para qualquer empresa.
GP – O que ajuda as mulheres a “sobreviverem” e crescerem dentro do mundo corporativo?
RL – Principalmente, não perder a essência. Muitas vezes nós vemos profissionais procurando se descaracterizar para serem aceitas em um mundo mais masculino. É preciso conservar a essência, ser o que é, ter consciência do que a motiva na carreira, que tipo de ambição, que tipo de posicionamento. E ter a habilidade de compreensão do outro.
Fonte: O Estado de São Paulo, 30 de Julho de 2017.
Por meio de suas Regionais, a ABRH-SP tem realizado eventos para tirar as dúvidas dos profissionais de Recursos Humanos e gestores de pessoas sobre a reforma trabalhista, recentemente promulgada pelo presidente Michel Temer – as mudanças só devem começar a valer em novembro, quando se encerra o prazo legal de 120 dias. Especialista em relações trabalhistas e sindicais e diretor Jurídico da ABRH-SP, Carlos Silva tem representado a entidade nesses eventos.
No dia 14 de julho, ele participou do 2º Fórum Trabalhista, promovido pela Regional Bauru. Ao lado da dra. Maria Cristina Matiolli, que atuou como desembargadora do Trabalho no Tribunal Regional do Trabalho da 15ª Região, Silva debateu as mudanças que serão desencadeadas pela reforma. Já na última sexta, dia 28, durante o 1º Fórum Trabalhista da Regional Baixada Santista, ele e o advogado e professor de pós-graduação de Direito e Processo do Trabalho da Universidade Católica de Santos – Unisantos, Alexandre Ricardo Machado, discutiram os impactos da reforma para as empresas da região.
De acordo com Silva, que também é coordenador do CORHALE – Comitê RH de Apoio Legislativo, braço legislativo da ABRH no Brasil, são muitas as dúvidas levantadas pelos profissionais da área: algumas voltadas para negociação sindical, outras para a representação dos empregados dentro das empresas, outras ainda relacionadas aos impactos no e-Social. “Tenho reiterado que o mais importante é o gestor de pessoas desenvolver as habilidades de negociação, porque muitas questões vão ficar por conta da negociação direta entre as empresas e os sindicatos dos trabalhadores e entre as empresas e os representantes dos funcionários.”
Veja as respostas que Silva tem dados a alguns dos questionamentos:
Perguntas frequentes
A reforma vai gerar postos de trabalho?
Há uma enorme expectativa, principalmente por causa da aprovação do trabalho intermitente, que até hoje era feito de forma irregular e agora pode ser adotado pelas empresas com segurança, e da jornada parcial, que anteriormente exigia acordo sindical, o que desmotivava as empresas em adotá-la. Como isso foi simplificado com a reforma, deverão acontecer novas contratações. No entanto, é importante ressaltar que a reforma foi apenas o início das mudanças necessárias. Significa apenas 10% do que precisamos para diminuir a burocratização decorrente de leis esparsas fora da CLT. Essa legislação também precisa ser atualizada.
Como o novo fracionamento das férias poderá influenciar empresas e funcionários?
O fracionamento ajudará os empregados que precisam dividir seus períodos de descanso, seja por aspectos familiares, seja por lazer, e também contribuirá com as empresas, especialmente as pequenas, que não possuem mais de um empregado em cada cargo, favorecendo o planejamento das atividades.
O home office ficou isento de controle. Isso desestimulará as empresas a adotarem o sistema?
O controle dependerá mais do cargo a ser exercido, pois, embora a reforma o dispense, há situações em que o controle total é altamente recomendável, como no caso dos call centers, e, em outras, totalmente dispensável, como já ocorre com executivos e cargos de confiança.
Sobre a Lei da Terceirização, que está em vigor desde março, qual vem sendo o comportamento do mercado de trabalho nestes quatro meses?
A terceirização vem sendo praticada sem atropelo e deverá ficar ainda mais fortalecida com a aprovação da reforma, que confere total segurança jurídica e estabelece limites que evitam fraudes.
Como o RH poderá contribuir com as empresas com a reforma aprovada?
O RH terá papel importante na implantação dessas medidas, mediante a correta e responsável adoção das práticas, impedindo distorções do que consta na nova lei. Além disso, deverá disseminar aos líderes de primeiro nível os aspectos básicos da legislação.
Fonte: O Estado de São Paulo, 30 de Julho de 2017.